A polêmica envolvendo a Faixa Verde da orla de Maceió está longe de terminar. O que deveria ser um projeto para trazer modernidade e qualidade de vida se transformou em um campo de batalha de opiniões entre esportistas, comerciantes e o poder público.
Entre as praias da Ponta Verde e Pajuçara, o tema divide a cidade. Para quem pratica atividades físicas como corrida e caminhada, a Faixa Verde é vista como um avanço. Matheus Romeiro, triatleta, defende a faixa como um refúgio seguro: “Diante do crescimento massivo do comércio na região, as calçadas passaram a contar com uma quantidade muito grande de pessoas circulando diariamente. O uso da Faixa Verde vem como uma forma de deixar os dois públicos tranquilos e livres de qualquer adversidade que o esporte possa gerar”, afirma o atleta.
Entretanto, para bares, quiosques e restaurantes da orla, o impacto foi devastador. Antes da implantação da faixa, áreas de estacionamento garantiam a proximidade e a facilidade de acesso para clientes, impulsionando o movimento dos estabelecimentos. Com a eliminação dos estacionamentos, o comércio local foi duramente atingido, e tudo isso sem um planejamento conjunto ou medidas de compensação por parte da Prefeitura.
Em resposta às críticas, a Prefeitura de Maceió se limita a exaltar o projeto como exemplo de desenvolvimento sustentável e revitalização urbana. Porém, o discurso institucional não tem sido suficiente para acalmar os ânimos de empresários e trabalhadores que amargam queda no faturamento, demissões e, em alguns casos, até fechamento de portas.
A falta de diálogo é evidente. A tentativa de conciliar o bem-estar urbano com a sobrevivência comercial parece travada em uma queda de braço interminável entre o poder público e a iniciativa privada. A população e os turistas, vítimas invisíveis dessa disputa, veem seus direitos e opções reduzidos.
Especialistas e representantes do comércio já apresentaram propostas que poderiam amenizar o problema: criação de estacionamentos públicos próximos à orla, transformação das vias litorâneas em mão única para abrir espaço para veículos ou até mesmo a desapropriação de terrenos para atender à demanda. Soluções existem, mas falta vontade política.
É preciso coragem para reconhecer os erros, ouvir os diretamente afetados e agir de forma concreta. Enquanto isso não acontece, fica a pergunta: até quando o "progresso" vai sacrificar aqueles que, até então, ajudavam a fazer a orla de Maceió pulsar?
E você, o que pensa sobre tudo isso? Sua opinião também importa. Participe do debate!
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