Um episódio dramático marcou a travessia de um navio da Disney rumo a Fort Lauderdale, nos Estados Unidos: uma criança caiu da embarcação e, no desespero, o pai saltou imediatamente para tentar salvá-la. Graças à ação rápida da equipe de bordo e ao suporte de um bote salva-vidas, ambos foram resgatados com vida. Mas o susto levanta uma pergunta que precisa ecoar com urgência no litoral alagoano: o que estamos fazendo para evitar que uma tragédia semelhante aconteça aqui?
Em Alagoas, os números e registros de acidentes com embarcações de turismo vêm crescendo, e o cenário torna-se ainda mais preocupante com a aproximação da alta temporada. A Praia de Pajuçara, ponto turístico dos mais visitados do estado, está cada vez mais tomada por embarcações sem um ordenamento claro de atracação ou poitas. A falta de regras definidas entre transporte turístico, esportes náuticos e áreas de banho representa um risco real para banhistas, condutores e esportistas.
A fiscalização aérea, feita por helicópteros da PM e Corpo de Bombeiros, é ativa nos meses de verão. No entanto, no mar, onde os perigos se concretizam, a fiscalização aquática segue limitada e poderia ser amplamente reforçada por meio de parcerias público-privadas, envolvendo o trade turístico, as escolas de vela, os pescadores e operadores náuticos.
O que já foi um símbolo do esporte náutico nordestino com o histórico Iate Clube Pajuçara, agora sofre com a convivência desordenada entre velejadores e embarcações de passeio. A prática da vela, que atrai esportistas de todo o país, tornou-se perigosa. E, diante da ausência de delimitação e fiscalização, a colisão entre uma jangada, escuna ou lancha e uma prancha de windsurf pode ser só questão de tempo.
O alerta está dado. É necessário que o poder público, o Ministério Público, a Marinha do Brasil, o trade turístico e as entidades esportivas se reúnam com urgência para definir regras claras e garantir a segurança de quem vive do mar e de quem escolhe Alagoas como destino turístico.
O mar é um dos maiores ativos de Alagoas e também pode ser um dos seus maiores riscos se a omissão continuar sendo o timoneiro das decisões.
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